terça-feira, 2 de outubro de 2012

Do dia...

A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.

Paulo Freire

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A leitura de mundo precede a leitura da palavra.



Ainda na Universidade li um texto interessante do Frei Betto ( escritor e religioso dominicano brasileiro) sobre Paulo Freire e a sua leitura de mundo. 
 


"Ivo viu a uva", ensinavam os manuais de alfabetização. Mas, o professor Paulo Freire, com seu método de alfabetizar conscientizando, fez adultos e crianças, no Brasil e na Guiné Bissau, na Índia e na Nicarágua, descobrirem que Ivo não viu apenas a uva com os olhos. Viu também com a mente e se perguntou se a uva é natureza ou cultura.


Ivo viu que a fruta não resulta do trabalho humano. É Criação, é natureza. Paulo Freire ensinou a Ivo que semear uva é ação humana e sobre a natureza. É a mão, multiferramenta, despertando as potencialidades do fruto. Assim como o próprio ser humano foi semeado pela natureza em anos e anos de evolução do Cosmos. Colher a uva, esmagá-la e transformá-la em vinho é cultura, assinalou Paulo Freire. O trabalho humaniza a natureza e, ao realizá-lo, o homem e a mulher se humanizam. Trabalho que instaura o nó de relações, a vida social. Graças ao professor, que iniciou sua pedagogia revolucionária com operários de Senai de Pernambuco, Ivo viu também que a uva é colhida por bóias-frias, que ganham pouco, e comercializada por atravessadores, que ganham melhor.

Ivo aprendeu com Paulo Freire que, mesmo sem ainda saber ler, ele não é uma pessoa ignorante. Antes de aprender as letras, Ivo sabia erguer uma casa, tijolo a tijolo. O médico, o advogado ou o dentista, com todo o seu estudo, não era capaz de construir como Ivo. Paulo Freire ensinou a Ivo que não existe ninguém mais culto do que o outro, existem culturas paralelas, distintas, que se complementam na vida social. Ivo viu a uva e Paulo Freire mostrou-lhe os cachos, a parreira, a plantação inteira. Ensinou a Ivo que a leitura de um texto é tanto melhor compreendida quanto mais se insere o texto no contexto que Ivo extrai o pretexto para agir. No início, meio e fim do aprendizado é a práxis de Ivo que importa. Práxis-teoria-práxis, num processo indutivo que torna o educando sujeito histórico. 

Ivo viu a uva e não viu a ave que, de cima, enxerga a parreira e não vê a uva. O que Ivo vê é diferente do que a ave vê. Assim, Paulo Freire ensinou a Ivo um princípio fundamental da epistemologia: a cabeça pesa onde os pés pisam. O mundo desigual pode ser lido pela ótica do opressor ou pela ótica do oprimido. Resulta uma leitura tão diferente uma da outra como entre a visão de Ptolomeu, ao observar o sistema solar com os pés na Terra, e a de Copérnico, ao imaginar-se com os pés no Sol.
Agora Ivo vê a uva, a parreira e todas as relações sociais que fazem do fruto festa no cálice de vinho..."


Paulo Freire afirmava que "a leitura do mundo precede a leitura da palavra". O que então, queria dizer com isso?
Queria dizer que a leitura de mundo é tudo aquilo que tem significado para o indivíduo.
São os olhares, os cheiros, os toques, os gostos, os saberes que temos e acumulamos na nossa vivência diária. É aquilo que está intrínseco em nós mesmos. Nossa linguagem, aquilo que somos, nossas representações e símbolos, nosso conhecimento historicamente acumulado vinculado à nossas opiniões pessoais.  É através da leitura de mundo que vamos apreender a leitura da palavra. É que vamos criar nossas percepções, construindo as relações que levam ao aprendizado. A leitura da palavra só ganha significado e significância se ela vier intrinsecamente apreendida com a leitura de mundo do educando e socializada com o coletivo da turma, para que vivenciada as diferenças, aconteçam as internalizações e acomodação da aprendizagem, propriamente dita.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

(Olha eu aqui) comemorando um aninho do meu blog...



Esses dias li um relato de Rubem Alves ( já deixei claro aqui que gosto demais dele) que dizia assim:

"O estudo da gramática não faz poetas. O estudo da harmonia não faz compositores. O estudo da psicologia não faz pessoas equilibradas. O estudo das "ciências da educação" não faz educadores. Educadores não podem ser produzidos. Educadores nascem. O que se pode fazer é ajudá-los a nascer. Para isso eu falo e escrevo: para que eles tenham coragem de nascer. Quero educar os educadores. E isso me dá grande prazer porque não existe coisa mais importante que educar. Pela educação o indivíduo se torna mais apto para viver: aprende a pensar e a resolver os problemas práticos da vida. Pela educação ele se torna mais sensível e mais rico interiormente, o que faz dele uma pessoa mais bonita, mais feliz e mais capaz de conviver com os outros. A maioria dos problemas da sociedade se resolveria se os indivíduos tivessem aprendido a pensar. Por não saber pensar tomamos as decisões políticas que não deveríamos tomar..." 

Nas conversas com educadores os temas favoritos de Rubem Alves são: A alegria de ensinar, A educação dos sentidos, O prazer de ler, A arte de pensar, O educador como sedutor, O educador como feiticeiro, O educador como artista, O educador como cozinheiro, As leis do pensar criativo, Anatomia do pensamento: informação, razão, inteligência, conhecimento, alegria, Aprendendo a desaprender, Entre a ciência e sabedoria: o dilema da educação, Educação e política, Educação e Vida, Aprendizagem e prazer.

Li recentemente o livro O Desejo de Ensinar e a Arte de Aprender. Sou suspeita pra falar, mas adorei. Retomo assim meu blog ( mais uma vez... e que bom!) indicando a leitura desse livro que é leve e bastante gostosa.

terça-feira, 6 de março de 2012

2012, ano par e que já se tornou ímpar!!! 

2011 se foi, mas deixará marcas eternas. Algumas boas, outras ruins. Mas como diz Caio F. Abreu: “Não é raro, tropeço e caio. Às vezes, tombo feio de ralar o coração todinho. Claro que dói, mas tem uma coisa: a minha fé continua em pé.”
Continuamos em pé. Aqueles que perderam alguém querido, aqueles que estão passando por problemas de saúde, quem recebeu uma notícia inesperada (boa ou ruim), quem planejou uma vida diferente em 2012 e, no finalzinho de 2011, descobriu que seria tudo diferente. Todos estão de pé!!
A vida nos prega muitas p
eças. Estamos sempre nos surpreendendo. Mas, tenho seguido a risca tudo que aprendi ao longo do tempo. Não adianta chorar, nem culpar os outros por nada, nem o universo por “conspirar contra você”. A força e a ajuda chegam, e chegam de onde a gente menos imagina!!
E como já disse anteriormente, 2012 já se tornou um ano ímpar! Nova experiências começaram a acontecer...e que bom!! Viva!!
E mais uma vez estarei aqui contando um pouquinho do meu cotidiano enquanto educadora!! Agora como Coordenadora Pedagógica.
E que lindo!!! retomando minhas raízes, voltando para somar, para contribuir, com aquele que um dia também contribuiu para minha formação pessoal  e profissional!!!
Em 2012 estou tendo o prazer de trabalhar no Colégio Municipal Pedro Daltro, que fica localizado numa comunidade do interior da Bahia ( onde estão fincadas as minhas origens). Aquele que fez parte da minha vida enquanto educanda e agora como educadora! 
Hoje tenho enorme prazer de ser parceira daqueles que um dia transmitiram para mim seus conhecimentos. Tive a felicidade de reencontrar meus antigos professores, hoje meus colegas de profissão!! 
mais feliz fiquei eu, em saber que esse ano a instituição completa 40 anos de existência, e que bom, estou aqui para comemorarmos juntos!!
Que possamos em  2012 continuar a fazer a diferença, lutando sempre por uma educação melhor!!


Pátio
Fachada

Pátio
Pátio
Corredores


Recepção 2012
Coordenação Pedagógica

40 anos de Pedro Daltro


Coordenação Pedagógica


Coordenação Pedagógica
Recepção 2012




segunda-feira, 5 de março de 2012


Reativando...


(Re)descobrir o prazer de escrever, de ler, de opinar.
Tava tão calada...
Vida nova, experiências novas, muitas coisas pra compartilhar...
É chegada a hora ( mais uma vez) da colheita...